domingo, 6 de junho de 2010

Não é isso que quero para mim...Capítulo 4

Sentei-me ao lado dela na cama, ela sorria, olhando para baixo, como quem relembrava bons tempos, mas no exato segundo em que sorria, seu rosto se comprimiu em tristeza, virando-se para mim:
"Antes de tudo, quero que você entenda uma coisa" - ela segurou minha mão junto com a dela - " Nós, não somos humanos, como os outros, temos, dons, especiais, capazes de coisas inacreditáveis, as vezes usadas de forma errada, mas ninguém pode sequer desconfiar isto."
Ela me olhava com um olhar, como quem esperasse minha incompreenção, talvez, até esperando que eu sentisse muito medo e saísse dali.
"Emanuelle, você é um de nós, e é por isso, exatamente isso, que não pode viver aqui, sozinha, longe de suas origens, longe de sua família, sem nenhuma instrução, sem realmente saber controlar seu dom, ainda oculto, mas...você deve vir comigo, compreende?"
"Sim...mas, se somos humanos, mas com dons especiais, é apenas isso que nos difere?"
"Não, não é apenas isso, na verdade, não sabemos na realidade nossas origens, nem de onde viemos. O que nos torna diferentes, fora os dons, é que nós legítmos, você é uma mestiça, filha de um humano normal, no caso o seu pai, com um de nós, sua mãe, bom, nós legítmos, quando chegamos a fase adulta, não envelhecemos mais, e também não ficamos doentes, mas os mestiços, vivem bastante, mas não são imortais, e em vocês há um grave ponto fraco, são muito frágeis, 'quebradiços', se machucam com facilidade."
"Entendo.Mas, não é isso que quero para mim..."
"Você não tem escolha, a não ser aceitar." 
Me dirigi até o espelho, olhei aquele ser que ali se refletia, tentando acreditar em uma só palavra que ela disse...

Nenhum comentário: