Capítulo 25: Certeza

Ele me olhava com a expressão de quem estava sendo torturado emocionalmente.

Fiquei observando-o por alguns segundos, analisando suas expressões dolorosas, aquela expressão que eu nunca havia visto estampada em seu rosto, me assustava bastante.

Engoli em seco antes de dizer qualquer coisa, e tentei me livrar dos milhares de pensamentos que invadiam minha mente naquele minuto:

"Cláro, o que foi?"
Ele abaixou a cabeça, caminhou até seu quarto e se sentou em uma poltrona perto da janela:
"Erar é normal."
Foi somente isso que ele disse, ainda de cabeça baixa, fez uma longa pausa que me deixou inquieta.
"Mas...errar estupidamente...é horrível!" - ele completou angustiadamente.
Caminei para seu lado, tentei entender o que ele havia dito, mas eu não fazia a mínima idéia, e isso me agonizava, pois o que eu mais queria naquele momento era ajudá-lo.
"Explique por favor." - supliquei.
"Não compreende?" - ele olhou para mim.
"Não, me diz o que é..."
"Eu gritei com você, fui ignorante, nem ao menos pensei no seu lado, no que você havia dito!"
As lágrimas invadiram meus olhos, respirei fundo e desviei de seu olhar para poder me conter:
"Então é isso? Quer dizer...só isso?"
"Como assim só isso? Você ficou chateada eu garanto, e depois da nossa discussão, pensei no que você havia dito e percebi que eu agi de uma forma horríve, ignorante e intolerante! Me perdoe, por favor?"
Olhei indignada para ele, e tentei compreender o que ele havia dito, me colocando em seu lugar:
"Michael, olha, eu não fiquei chateada quando nós discutimos, mas isso passa entende? E pra mim já passou, não guardo mágoas nem ressentimentos, e você não tem que se disculpar, mesmo."
Ele levantou-se:
"Faço tudo errado não é?"
"Cláro que não!"
"Faço sim, mas me desculpa? Eu estava nervoso!" - ele me abraçou, apenas isso, e esse simples jesto significou tudo!
Agora eu tinha certeza.