Desci do carro, o homem com a arma segurou-me o braço seguiu comigo para dentro da enorme casa.
Adentramos em uma linda sala, sinceramente não era o que eu esperava. Luxuosa, mobilada impecavelmente e o chão forrado com enormes tapetes perfeitamente organizados em simetria. Havia um segundo andar e uma incrível e intimidadora escada convidava-nos para subi-la.
Seguimos por um corredor amplo e grande, no fim havia uma enorme e pesada porta, ao que parecia pela localização, seria o quarto dos empregados. Jhon destrancou-a e entramos. Era mesmo um quarto de empregados, havia duas beliches forradas com lençóis brancos, um pequeno e antigo guarda roupa com os pés desgastados e esfarelados.
O homem me empurrou até o meio do quarto em cima de um tapete verde e empoeirado, Jhon ergueu o tapete e olhou rapidamente para Antonietta que espiava parada na porta, uma nuvem fria cobriu seu olhar.
Em baixo do tapete encontrava-se uma espécie e de alçapão, Jhon ergueu-o com facilidade e se afastou para observar o buraco escuro.
De lá uma nuvem de poeira subiu, uma lanterna foi acesa e o homem com a arma iluminou o buraco, havia uma velha escada logo abaixo dele, devia ser uma espécie de porão ou depósito oculto.
"Desça" - o homem ordenou.
Meu queixo começou a tremer, eu não sabia o que encontraria lá em baixo e a ideia de adentrar naquela escuridão poeirenta fez com que meus pés se paralisassem e meu corpo se petrificou recusando a ordem e os empurrões.
"Tenho certeza de que você quer se despedir do seu querido Michael antes de partir não é?" - o homem provocou-me. - "Pensando bem" - ouviu-se um clique na arma - "Talvez você queira evitar despedidas e terminar com isso aqui mesmo."
Com uma raiva crescente dentro de mim desci as escadas em obedientemente em meio a escuridão.
O homem seguia-me de perto, eu podia sentir sua respiração em meus ombros.
Quando a escada terminou, paralisei-me de novo, meus olhos pareciam ter se arregalado na tentativa inútil de enxergar alguma coisa. A voz grave voltou a ordenar:
"Ande, afaste-se daqui."
Estendi minhas mãos a frente e cambaleei cega, andei andei e parei quando minhas mãos tocaram uma parede.
Escutei passos subindo a escada e amedrontada pelo medo de ficar sozinha em completa escuridão tentei voltar, mas já era tarde, o alçapão foi fechado.
Subi a escada tateei até encontrar a alça para empurrá-lo, forcei-o para cima mas este não se moveu.
"Por favor, por favor! Não me deixem aqui presa sozinha! Por favor!" - supliquei mas ninguém me respondeu.
Permaneci ali até perder a noção do tempo, talvez uma hora? Uma noite? Um dia inteiro?
A saudade e a culpa com certeza são mais fortes quando se está só.
2 comentários:
nossa, meu Deus coitada, o flor você sempre deixa o quero mais né rsrs
obg viu pela visita =)
beeijo
Amoore passei para avisar que vou passar um tempo sem postar, lê lá no meu blog, está tudo explicadinho, Beijos e até Breve.
http://garotasing.blogspot.com/
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